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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Papa Francisco propõe amnistia a presos


O Papa Francisco considerou, este domingo, que é uma hipocrisia encarar a prisão como "o único caminho" para quem "comete erros" e propôs às autoridades "um ato de clemência" para a reintegração de alguns presos.




Francisco falava esta manhã durante a celebração do Jubileu dos Reclusos, no Vaticano, perante milhares de pessoas, incluindo mil reclusos e ex-detidos de 12 países que estavam acompanhados por familiares, capelães e pessoal penitenciário. Segundo a Agência Ecclesia, este grupo também integrava portugueses.

PRESO LEVA AO PAPA FRANCISCO UMA CAMISOLA DO F. C. PORTO

Durante a homília, o pontífice denunciou a hipocrisia que muitas vezes leva a considerar a prisão como a única alternativa para uma pessoa que errou e que cometeu um crime. "Às vezes, uma certa hipocrisia leva a ver (...) como o único caminho a prisão. Não se pensa na possibilidade de mudar de vida, há pouca confiança na reabilitação", disse Francisco.

Tal conduta, segundo o Papa, faz com que as pessoas se esqueçam de que "somos todos pecadores" e, em muitas ocasiões, "prisioneiros sem dar conta" de preconceitos e do que intitulou de "ídolos de um falso bem-estar".

Aprender com os erros do passado, pode abrir um novo capítulo da vida
Dirigindo-se aos presos, Francisco recordou que diante de Deus "ninguém pode viver sem a certeza de encontrar perdão" e exortou-os a "não ficarem fechados no passado".

"A história passada não pode ser escrita novamente. Mas a história que começa hoje, e olhando para o futuro, ainda está por escrever. Aprender com os erros do passado, pode abrir um novo capítulo da vida", reforçou.

Também pediu aos detidos para não perderem a esperança, que pode "iluminar com luz o presente muitas vezes perturbado e ofuscado por situações que levam à tristeza e dor", bem como sublinhou a importância da fé e do seu impacto no ato de perdão.

"Só a força de Deus, a misericórdia, pode curar certas feridas", sustentou.

Já fora da Basílica de São Pedro e a partir da janela do apartamento papal, durante a oração do Angelus, Francisco pediu "uma justiça penal que não seja exclusivamente punitiva" e apelou às autoridades civis para levaram a cabo "um ato de clemência" para que alguns presos possam ser reintegrados na sociedade, sempre e quando a sua condição penal o permita.

"Submeto à consideração das autoridades civis competentes a possibilidade de cumprir, neste Ano Santo da Misericórdia, um ato de clemência para com aqueles prisioneiros que são considerados adequados para desfrutar desta medida", afirmou.

O papa fez também um apelo "a favor das condições de vida nas prisões, para que a dignidade humana dos detidos seja respeitada plenamente".

SCA // SMA

Lusa/fim

Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.



JN.PT

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